LIVRO "A SÍNDROME DE LÚCIFER"
REFLEXÃO E ESPIRITUALIDADE
ESTE BLOG VISA ABORDAR A QUESTÃO RELIGIOSA FAZENDO CONEXÃO COM OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO: PSICOLOGIA, TEOLOGIA, FILOSOFIA, LITERATURA, ARTES, BIOQUÍMICA ETC...
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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017
A CEGUEIRA DE MUITOS CRENTES!
CEGUEIRA ESPIRITUAL
A auto-crítica é um dos pré-requisitos para o crescimento espiritual. Algumas pessoas quando assumem funções de destaque nas suas igrejas, em virtude da busca de fazer o melhor no corpo de Cristo , se esquecem da sua devoção diária e de uma auto-análise também constante.
"Vigiai e orai para que não entreis em tentação." Mt 26:41
O perigo é real! A vida eclesiástica é fascinante, pois a pessoa vê o Senhor a usando poderosamente, palavras saem da sua boca, como um turbilhão de conhecimento e coerência, vidas se rendem aos pés do Senhor, muitos são edificados. É neste momento que devemos ter mais cuidado, pois diante da manifestação do poder de Deus através do líder, pode se perder o foco. Os perigos que podem acontecer:
- Ativismo- a pessoa fica tão envolvida por mensagens, visitas, testemunhos, cultos... que não tem tempo mais para a família e para si. No início tudo é novidade, mas depois de um tempo acontece o esfriamento da fé, e a rotina como algo terrível na vida espiritual.
- Vaidade- se acha o melhor, o instrumento de Deus, o que sabe a Palavra, o que tem o dom de cura etc... quem assim age, fica cego pelo poder e também pela ganância-"Síndrome de Satanás".
- Extremamente piedoso- começa a ter uma visão de que tudo ou é manifestação de Deus ou do mal, esquecendo-se que o homem é responsável pela maioria das ações que acontecem. Nem tudo é manifestação sobrenatural, mas natural e humana. Quem assim procede perde o foco do trabalho que tem com as pessoas (humanas).

Poderia falar de muitas vertentes de cegueira dentro da obra da igreja, mas creio que estas três nos fazem repensar a nossa trajetória e tomar cuidado com o que fazemos, deixamos de fazer e impedimos que façam. Somos chamados para levar a Boa Nova de Salvação para todos, sem um ativismo exagerado- não tendo tempo para o que é essencial , nossa família e nossa vida espiritual. Não podemos permitir que a vaidade nos cegue, impedindo uma maior atuação do Senhor e nos tornando escravos do poder e da riqueza. nem uma postura extremamente piedosa nos alienando do mundo em que fomos colocados como sal e luz da terra.
Vivamos em sintonia com o Senhor, tendo conhecimento do mundo em que habitamos e amando a todos.
Marcelo Vale
O HOMEM FEITO DA TERRA!
ADÃO FEITO DA ADAMAH.
Os relatos bíblicos da criação do mundo e do homem, em Gênesis tem nuances por demais interessantes, pois enquanto todo o resto foi criado do nada- creatio ex nihil; o homem foi criado de algo pré-existente: a terra! O que isto tem a nos ensinar e o que o escritor primevo tentou passar?! Para respondermos a esta pergunta precisamos nos debruçar no texto bíblico para o entender :
- Temos duas narrativas da criação- Gn 1,1-2,4a e Gn 2,4b-25. Não vamos nos aprofundar nas diferenças entre elas, mas focar na criação do homem. Enquanto na primeira narra a criação do homem e da mulher no sexto dia, mostrando a ápice da criação (Gn 1:27-28), tendo a missão de domina-la. Na segunda, contudo, o homem é criado quando não havia nem jardim (Gn 2;7);
- Na primeira narrativa vemos Deus criando o homem e a mulher, passando uma idéia de simultaneidade, na segunda criou o homem e após criar todos os animais criou a mulher ... "para o homem não se achava uma auxiliar que lhe fosse idônea. " (Gn 2:20-22)
Essas duas narrativas existem porque o autor, além de ser guiado por Deus (Revelação) encontrou estes dois relatos da criação e os colocou, sem fazer montagem, mas mostrando duas leituras de um mesmo evento. A primeira o homem como o auge da criação a segunda como o lavrador, o cuidador da criação.
Um ponto importante que não podemos nos esquecer nunca, é a inter-relação do homem com a terra, na primeira sendo criado para cuidar da criação e dominá-la na segunda - tendo sua origem, estrutura, a terra, adamah; criado a partir do barro.
A relação do homem com a criação de Deus é íntima, a destruição do planeta é a destruição da raça humana, ele não vive sem a terra e ela precisa dele para a sua plenificação.
Uma teologia da natureza, que analisasse a conjuntura da vida no planeta e das relações dos homens entre si , com a vida e a biodiversidade, e com Deus é imprescindível para gerarmos consciência e transformação de comportamentos no mundo.
Somos "Adãos" saídos da terra, sem ela inexistiríamos!
Marcelo Vale
Bibliografia:
- http://wesley-conde.blogspot.com.br/2008/02/homem-e-mundo-segundo-narrativa-da.html - Site que faz uma abordagem das duas narrativas da criação, sob a ótica exegética.
- https://teologiabiblica.wordpress.com/2008/04/23/as-tradicoes-literarias-do-pentateuco-a-javista/ - Faz uma abordagem das tradições orais do Pentateuco.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2017
ENTREVISTA COM O TEÓLOGO PAUL TILLICH - UMA RARIDADE! (EM PRETO E BRANCO)
PAUL TILLICH PROPÕE UM DIÁLOGO DA TEOLOGIA COM OUTRAS CIÊNCIAS- A TEOLOGIA DA CORRELAÇÃO.
A NECESSIDADE DA TEOLOGIA CONVERSAR COM OUTRAS CIÊNCIAS.
TEOLOGIA DIALOGANDO COM AS DEMAIS CIÊNCIAS.
Vivemos uma época tão estranha dentro da Igreja, que quando se fala de teologia, muitos líderes retrucam que : "Na minha Igreja não tem teologia , mas o Espírito Santo falando diretamente com o homem, teologia afasta o homem da verdadeira espiritualidade!?" Permita-me chamar de "santa ignorância"! O Deus a quem amamos e servimos é um ser inteligente e quando nos criou dotou-nos desta faculdade- imago Dei; pensar e refletir, seja no caminho da teologia sistemática ou da exegese, buscar um aprofundamento na grandeza da Palavra e no nosso Senhor. A fé cristã não é irracional, transcende o racional, é inteligente, importante pesquisar e se aprofundar sempre!
Um grave perigo que uma ciência- considero a teologia uma ciência; possui é tentar explicar tudo dentro do seu âmbito de estudo, o que é impossível. É necessário um diálogo com as várias áreas do conhecimento humano- psicologia, neurologia, linguística, história, arqueologia, psiquiatria, física quântica etc. A teologia e o arcabouço de conhecimento que a Igreja possui, precisa ser lida, e relida a partir de conhecimentos novos que o homem descobriu. Nunca modificar a Palavra, mas reler, ter novas compreensões da espiritualidade e das Escrituras.
Na Idade Média atribuía-se a epilepsia a possessão demoníaca, hoje sabe-se que usando determinado medicamento a pessoa não tem convulsão- aprisionou-se o diabo com remédio?! Certamente que não! Nem tudo é fruto do mal, mas também resultado de problemas orgânicos! Se a origem do problema orgânico é o afastamento do homem com o seu Criador, neste caso entramos em outra discussão, que precisa de aprofundamento racional...
Um líder religioso, precisa de além de muita espiritualidade, mas de um conhecimento amplo, onde possa cada vez mais compreender a ação do nosso Deus Soberano, na sua criação e principalmente no comportamento humano e no seu ambiente.
Não é mais admissível que o irracionalismo medieval seja a maioria da Igreja no Brasil e em outros países, a fé tem o seu lado inteligente, que leva o homem a liberdade, a paz e a felicidade.
"Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra. Oseias 6:3
Marcelo Vale e Monique Martinez
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017
CHEGAMOS A 2000 VISUALIZAÇÕES!
2000 VISUALIZAÇÕES!
Obrigado por todos que participam de alguma forma do blog, muito obrigado, atingimos esta marca em menos de 15 dias! Que este meio seja, instrumento de reflexão, libertação e comunhão. Precisamos parar de imaginar a Bíblia como um livro mágico, e sim como Vivo, fingir uma espiritualidade que não se tem!
Ser cristão é ser inteiro- pleno, real...buscando cada vez mais se aprimorar no amor verdadeiro.
O PERIGO DE UMA DUPLA PERSONALIDADE NA IGREJA.
DUPLA PERSONALIDADE.
Lembro-me de uma história bem comum nas Igrejas. Um filho chega para o pai e fala: "Pai vamos morar na Igreja!" O pai surpreso pergunta: "Por que?" o filho responde: "Porque aqui o Sr é tão bonzinho!" Esta história mostra algumas nuances muito preocupante:
- O filho reconhece um duplo comportamento do pai;
- Esta dupla personalidade do pai tem algumas características, a primeira o filho não gosta, talvez o pai seja indiferente ou muito irritado, a segunda amiga, atenciosa.
- Da mesma forma que nesta história o filho viu esta faceta outras pessoas também percebem, embora não de imediato, mas com o tempo.
- Quando a sociedade percebe estes dois lados- " o médico e o monstro"- começam a taxá-lo de hipócrita!
O que nos faz refletir neste texto é por que uma pessoa tem estas facetas em sua personalidade, por que assume uma dupla ou tripla personalidade: no trabalho, na família, na Igreja?
Podemos inicialmente imaginar que a necessidade de aceitação, ou a busca de se ter uma auto-imagem condizente com o que se desejava- projeta-se uma imagem ideal diferente da real, numa forma de se enganar, de que é uma pessoa amável, perdoadora e amiga, quando na verdade não aconteceu a reforma íntima à chegar neste patamar.

Outra forma de entender seria uma patologia: "Transtorno Dissociativo de Personalidade"1 . A pessoas possui múltiplas personalidades, a origem pode estar relacionada a fatores da infância, um trauma muito severo que gerou esta fratura - abuso, violência, abandono. Esta pessoa vai buscar espaços onde possa vivenciar isto sem muito perigo de se expor. A situação é tão séria que ela não identifica que tem esta patologia- sua auto-imagem foi afetada- acredita de fato que é uma pessoa sã. Quando o caso é mais severo pode ter amnésia da outra personalidade.

A terceira e não menos grave é quando a pessoa tem traços de psicopatia-sádica e se transforma como forma de torturar a sua família e os outros ao seu redor. É um na Igreja (consciente) , outro em casa ( às vezes o oposto) fazendo a família ficar enferma, torturando psicologicamente os filhos e a esposa e usando a Bíblia como instrumento de manipulação e tortura. Infelizmente este último tipo conheci em alguns líderes - "excelentes pastores e pregadores"-péssimos pais e esposos! Além de possuir este transtorno, também sádicos, que sentiam prazer em ver os outros sofrendo! Lamentável e preocupante!
A Igreja e a sua liderança precisa ficar atenta, pois indivíduos como este, pode levar outros ao mesmo tipo de comportamento, caso seja detectado alguém assim, o pastor ou a liderança precisa conversar e propor aconselhamento familiar e muitas vezes apoio médico.
O Palavra nos diz: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.
É melhor ser um cristão marcado por erros , mas com o intuito e desejo de melhorar do que um santarrão que não quer mudar!
Sei que esta palavra não é tranquila, causa inquietação, mas precisamos parar de colocar venda nos olhos e agir de forma contundente gerando transformação e vida, uma das características do Corpo de Cristo a ação terapêutica!
Um abraço
Marcelo Vale
Vídeo que aborda este problema com a psicóloga clínica portuguesa Sílvia Silva.
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